Wings of Desire
Asas do Desejo
Direção: Wim Wenders
Ano/País: 1987 (Alemanha)
Estúdio: Argos Films / Road Movies Filmproduktion / Westdeutscher Rundfunk
Distribuidora: Orion Classics
Elenco:
Bruno Ganz (Damiel)
Solveig Dommartin (Marion)
Otto Sander (Cassiel)
Curt Bois (Homer)
Peter Falk (Peter Falk)
Sinopse:
Na Berlim pós-guerra, dois anjos perabulam pela cidade. Invisíveis aos mortais, eles lêem seus pensamentos e tentam confortar a solidão e a depressão das almas que encontram. Entretanto, um dos anjos, ao se apaixonar por uma trapezista, deseja se tornar um humano para experimentar as alegrias de cada dia.
Se os anjos existem de verdade, como serão? Muitos artistas – alguns talentosos, outros nem tanto – já imaginaram a resposta. O cineasta alemão Wim Wenders talvez tenha sido um dos mais criativos a fazê-lo. Wenders usou os anjos como metáfora para tecer um poético e sensível estudo sobre a condição humana em “Asas do Desejo” (Der Himmel über Berlin, Alemanha, 1987).
Der Himmel über Berlin (br: Asas do desejo) é um filme franco-alemão ocidentalde 1987, do gênero drama fantástico, escrito, produzido e dirigido por Wim Wenders. Narra a disputa entre o divino e o efêmero, uma reflexão de Wim Wenders sobre a existência humana.
Com uma lentidão cercada de imagens em cor e preto-e-branco, focalizando o olhar de anjos e homens, Wenders construiu um dos filmes mais poéticos da década de 1980. No final do filme ocorre a participação de Nick Cave ao lado se sua banda The Bad Seeds, quando ocorre o encontro do anjo caído e sua amada, ao som de From Here to Eternity.
Este filme inspirou o filme Cidade dos Anjos de 1998, com Nicolas Cage e Meg Ryan.
“Asas do Desejo” é um filme contemplativo, que observa e comenta sobre a vida. É um filme sobre a passagem do tempo, sobre a consciência a respeito de si; em última análise, filme sobre a descoberta da própria identidade. Em vários momentos, Wim Wenders faz as perguntas que motivam a reflexão provocada pelo filme: “por que eu sou eu e não você? Por que estou aqui e não ali? Onde termina o tempo e onde começa o espaço?”.
Neste filme emocionalmente poderoso, Wenders joga com as duas realidades, fazendo dos olhos do espectador os olhos dos anjos e dos mortais. O recurso à alternância entre o preto e branco e a cor é revelador dessa intenção. Os anjos vêem o mundo a preto e branco. Têm a imortalidade, mas falta-lhes a cor. São criaturas celestiais, próximas do divino. Porém, não podem experienciar coisas tão primárias como o sabor do café ou a dor de bater com a cabeça.
O longa tornou-se não apenas um clássico da história da sétima arte (com direito a volta triunfal aos cinemas alemães em maio de 2006, quando se comemorou seu "aniversário" de 20 anos), mas talvez a realmente última grande obra cinematográfica de Wenders. E, acima de tudo, um dos mais belos registros de uma Berlim que há muito deixou de existir.
Os anjos que sobrevoavam a cidade dividida, desejando experimentar a intensidade da dor e do delírio humano, rodaram o mundo. Asas do Desejo (ou "O céu sobre Berlim", na tradução fiel do original Der Himmel über Berlin) tornou-se um must entre cinéfilos mundo afora.
Wenders levou o prêmio de melhor direção em Cannes e o filme foi, em seguida, exibido em mais de 80 salas dentro da então Alemanha Ocidental. Fora do país, a recepção foi tamanha que o longa chegou a ficar em cartaz mais de um ano no Japão.
Este "Céu sobre Berlim" entra como clássico para a história do cinema, porque conseguiu cartografar magistralmente a singularidade de Berlim nos anos que antecederam a queda do Muro. Conseguiu fazer com que o espectador fosse levado, se não de fato, pelo menos em sonho à cidade dividida, isolada e única. Levado até lá, nas asas do desejo, para passar a saber, assim como Damiel na última cena do filme, "o que nenhum anjo sabe".
O CÉU?
O céu sobre ela é portanto a única coisa clara,
transparente e compreensível. As nuvens
passam, chove e neva e relampeja e troveja lá
em cima, a lua nasce e passa lá em cima e
eclipsa-se. O sol brilha hoje sobre a dupla
cidade como sobre a cidade-ruína de 1945 e a
.cidade-fachada. dos anos 50, como já tinha
brilhado quando ainda não havia cidade, e
como ainda brilhará quando, finalmente, já não
houver cidade.
(WENDERS, 1990, p.104)
Principais prêmios e indicações:
Festival de Cannes 1987 (França)
Venceu na categoria de melhor diretor.
Indicado à Palma de Ouro.
BAFTA 1989 (Reino Unido)
Indicado na categoria de melhor filme em língua não inglesa.
Prêmio César1988 (França)
Indicado na categoria de melhor filme estrangeiro.
Independent Spirit Awards 1989 (EUA)
Venceu na categoria de melhor filme estrangeiro.
Mostra Internacional de Cinema de São Paulo 1988 (Brasil)
Recebeu o Prêmio da Audiência de melhor filme.
Fonte:
http://lagrimapsicodelica.blogspot.com/2009/08/asas-do-desejo-wings-of-desire.html
http://www.adorocinema.com/filmes/asas-do-desejo/
http://www.cinereporter.com.br/dvd/asas-do-desejo/
http://www.dw-world.de/dw/article/0,,2509237,00.html
http://intersaberes.grupouninter.com.br/2/arquivos/resenha.pdf
http://pt.wikipedia.org/wiki/Der_Himmel_%C3%BCber_Berlin