sábado, 6 de fevereiro de 2010

Literatura [Agora]


PARA GOSTAR DE LER
Poesia Marginal (Vol. 39)
Autores:
Ana Cristina Cesar, Cacaso, Chacal,
 Francisco Alvim e Paulo Leminski

Na década de 1970 não era raro encontrar em portas de bares, teatros e cinemas de grandes cidades brasileiras alguns poetas vendendo seus livros, em geral Produzidos com parcos recursos gráficos. O conteúdo desses volumes perpetuou-se na memória dos leitores e dos críticos literários Sob a denominação de poesia marginal.
Não é por acaso, portanto, que uma prestigiada coleção "Para Gostar de Ler"Tenha incluído nenhum rol de seus excelentes títulos Poesia marginal, Um mosaico ilustrativo dessa expressão poética brasileira OS, com trabalhos de Ana Cristina Cesar, Paulo Leminski, Chacal, Francisco Alvim e Cacaso.
Paulo Leminski Era um apaixonado pelas experiências de linguagem dos poetas concretos, mas também usava vocabulário comum, do dia-a-dia. "Eu, hoje, acordei mais cedo / e, azul, tive uma idéia clara. / Só existe um segredo. / Tudo está na cara."Esse poema, tão característico de Leminski, Nem precisou de título.
Já a poesia de Cacaso apresenta, num primeiro momento, certa influência simbolista. Depois, passa a ser mais descarnada, coloquial humorada como em E, final feliz: "O meu amor e eu / nascemos um para o outro / agora só falta quem nos Apresente".
Musa da poesia marginal, Ana Cristina Cesar influiu ativamente na vida cultural carioca dos anos 1970, redigindo artigos em jornais e participando de debates. Em Poesia marginal, Ela nos brinda, poemas entre outros, com Vacilo da vocação: "Precisaria trabalhar - afundar - / - loucas como você - saudades - / nesta arte - ininterrupta - / pintar de - / A poesia não - Telegráfica - ocasional - / me deixa sola - solta - / à mercê do impossível - / - fazer real ".
No caso de Chacal, Uma presença de Oswald de Andrade em sua veia poética é assumida. Uma pitada Em Da poesia de Chacal Reclame: "Se o mundo não vai bem / a seus olhos, use lentes / ... ou transforme o mundo / ótica olho vivo / agradece a preferência".
O poeta e diplomata mineiro Francisco Alvim, Ainda hoje em plena atividade literária, apresenta em sua poesia uma vertente lírica e outra mais marcada pela reflexão social. Assim se expressa em discordância: "Dizem que quem cala consente / eu por mim / quando calo dissinto quando falo / minto".
O amor, o sexo, a poesia, a política, o medo ea vontade de cair fora, tudo isso aparece nos poemas reunidos neste livro. Todo o clima dos anos 70 você vai reencontrar aqui, nos versos breves e contundentes de cinco dos mais representativos autores da Geração Mimeógrafo.
Dos cinco poetas representados em Poesia marginal, Três já faleceram. "Primeiro foi Ana Cristina, Que Cometeu uma indelicadeza de se matar, aos 31 anos, em 1981, depois, Cacaso, Que em 1987, aos 43 anos, teve uma parada cardíaca e se foi, por último, em 1989, partiu Paulo Leminski, O genial `cachorro louco ', que tinha vindo para bagunçar o coreto bem-comportado da poesia", lê-se em O "Vento no rosto", texto introdutório do livro.

Fontes:
http://www.atica.com.br/materias/?m=125
http://www.atica.com.br/catalogo/?i=8508101082

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